Em Montemor-o-Novo, perante cerca de 250 apoiantes e simpatizantes da CDU, o líder comunista dedicou a sua intervenção de quase 25 minutos à situação económica, financeira e social do país, que "está mais endividado, mais dependente e onde há menos democracia"..E isto, sublinhou, "resultou de políticas concretas, de partidos políticos concretos, que, no governo, nos fizeram chegar a esta situação".."Como é que foi possível chegarmos aqui", questionou o dirigente comunista, considerando ser uma "pergunta que muitos portugueses fazem".."Um país endividado ao estrangeiro. Um país que hoje ajoelha perante os interesses dos poderosos, dessa troika estrangeira do FMI, da União Europeia e do Banco Central Europeu. Nós temos o direito de perguntar como é que foi possível chegar aqui. Quem é o responsável por esta situação", interrogou..De seguida, Jerónimo de Sousa deu a resposta, considerando que "isto resultou de uma política de direita destrutiva, que no país, aqui na região (Alentejo), destruiu a Reforma Agrária, destruiu o aparelho produtivo, usou mal os fundos comunitários"..Sobre os fundos da União Europeia, o líder comunista aproveitou para fazer outra pergunta: "Para onde foram os mais de 50 mil milhões de euros de fundos comunitários"..Dando a resposta, Jerónimo de Sousa lembrou que "nessa altura se pagou para não produzir e quem não lançava uma semente à terra, mantendo as terras em pousio, mais subsídios recebia, ou seja os grandes agrários, os grandes proprietários ganharam com a não produção".."Por isso", observou, "fomos nos afundando, porque foi assim na agricultura, nas pescas, na metalomecânica pesada, na nossa siderurgia, na nossa indústria química, tudo foi sendo arrasado em nome dos interesses do grande capital, direcionando à nossa economia para a financiarização, para a jogatana de casino, para a especulação bolsista"..Na jornada deste dia por terras do Alentejo e antes da sessão pública no parque urbano de Montemor-o-Novo, Jerónimo de Sousa participou num almoço com apoiantes da CDU em Pias, concelho de Serpa, e passou pelo casa da cultura de Mora.